A dicotomia entre ciências humanas e ciências “duras” no processo de construção do conhecimento tem sido tema de discussão constante na academia. Nesse sentido, a pesquisa que se ocupa da fala, do discurso, da linguagem pode ser compreendida com certa desconfiança pelos acadêmicos e pesquisadores, o que tensiona o pesquisador a um exaustivo rigor quanto ao método utilizado. Partindo dessa premissa e utiilizando-se do referencial teórico da psicogenética em Wallon, esta revisão teórica busca refazer o percurso histórico da pesquisa em ciências humanas, centrando-se no materialismo dialético como base filosófica privilegiada para a pesquisa quando se busca produzir conhecimento a partir do discurso produzido pelas pessoas. Além disso, tendo por base as contribuições de Žižek, esta reflexão também visa demonstrar a atualidade do materialismo dialético e do marxismo como bases filosóficas na construção do conhecimento, ainda que setores conservadores tentem desqualificar essa opção metodológica apenas por análises políticas.