Rememorações infantis em Porque Hoje é Sábado, de Maria José Silveira

Rememorar experiências infantis assentadas em contextos históricos que têm a violência como elemento fulcral é trazer à luz a possibilidade de (re) significações que outrora não eram compreendidas por conta da imaturidade da idade. Neste ínterim, o conto Porque Hoje é Sábado se apresenta como uma estrutura literária que possibilita reflexões acerca da violência impetrada do chamado regime ditatorial brasileiro, trazendo o olhar infantil diante dos atos dos algozes. Neste contexto, a análise se volta para compreender as manifestações das rememorações das experiências infantis da protagonista, b... Mehr ...

Verfasser: Ana Raquel de Sousa Lima
Margareth Torres de Alencar Costa
Dokumenttyp: Artikel
Erscheinungsdatum: 2021
Reihe/Periodikum: Literatura e Autoritarismo, Iss 37 (2021)
Verlag/Hrsg.: Universidade Federal de Santa Maria
Schlagwörter: Memórias da infância / Ditadura brasileira / Violência / Porque Hoje é Sábado / Language and Literature / P / Literature (General) / PN1-6790
Sprache: Deutsch
Englisch
Spanish
Portuguese
Permalink: https://search.fid-benelux.de/Record/base-29235672
Datenquelle: BASE; Originalkatalog
Powered By: BASE
Link(s) : https://doi.org/10.5902/1679849X64809

Rememorar experiências infantis assentadas em contextos históricos que têm a violência como elemento fulcral é trazer à luz a possibilidade de (re) significações que outrora não eram compreendidas por conta da imaturidade da idade. Neste ínterim, o conto Porque Hoje é Sábado se apresenta como uma estrutura literária que possibilita reflexões acerca da violência impetrada do chamado regime ditatorial brasileiro, trazendo o olhar infantil diante dos atos dos algozes. Neste contexto, a análise se volta para compreender as manifestações das rememorações das experiências infantis da protagonista, buscando compreender as subjetividades e os afetos que permeiam estas lembranças em tempos de exacerbadas violências. Para tanto, o olhar teórico está assentado nas reflexões de Assmann (2011), Candau (2019), Crettiez (2009), Saffioti (2004), Agambem (2004) e Nepomuceno (2015). Como resultado, observou-se uma violência sem limites, não importando se a vítima era uma criança ou uma mulher grávida. O que importava, na narrativa, era que os pais haviam subvertido o regime ditatorial e assim todos pagaram o preço com os maus tratos, isto é, todos foram violentados. E essas violências permaneceram nas recordações da protagonista na fase adulta.