Dissertação de mestrado em Economia Industrial e da Empresa ; Esta investigação examina a relação entre a presença feminina nos conselhos de administração e o desempenho das empresas de dois setores de alta tecnologia - a fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparações farmacêuticas e a fabricação de produtos informáticos, eletrónicos e óticos - localizados na Bélgica. Mesmo depois da implementação de várias normas que visam garantir uma maior representação do género sub-representado e de um dos objetivos de desenvolvimento sustentável promover a igualdade de género, o estudo mostra que, cerca de 57% das empresas da amostra não tem mulheres nos conselhos de administração e que, em média, as mulheres representam apenas 16% da composição dos conselhos de administração. É testado se a proporção de mulheres no conselho de administração influencia positivamente o desempenho da empresa, medido pelo ROA e pela produtividade, conforme previsto pela teoria da dependência de recursos e pela teoria da agência, e se o número de mulheres afeta essa relação, como postula a teoria da massa crítica. Para isso, procedeu-se à elaboração de dez diferentes especificações pelo MMQ, usando dados pooled relativos a 285 empresas, no período de 2019 a 2022. Não foi encontrada uma relação estatisticamente significativa entre a diversidade de género no conselho de administração e o ROA. Contudo, quando o desempenho é medido pela produtividade, observa-se uma relação não linear e em forma de U invertido, indicando que a proporção de mulheres afeta positivamente a produtividade, mas apenas até um certo limite (cerca de 39%), a partir do qual o efeito torna-se negativo. Em relação ao número de mulheres, os resultados não são consistentes com a teoria da massa crítica. A presença de três ou mais mulheres nos conselhos tem um efeito negativo e significativo na rentabilidade e, no que toca à produtividade, os resultados evidenciam que o efeito positivo da presença de duas mulheres na administração deixa de se verificar quando o ...