A navegação portuguesa na Ásia e na rota do Cabo e o corso neerlandês, 1595-1625

Esta tese trata dos conflitos navais luso-neerlandeses na Ásia desde 1595 – data da primeira expedição bem sucedida de navios dos Países Baixos ao Oriente – a 1625, assim como do corso neerlandês contra a navegação intra-asiática e euro-asiática portuguesa no mesmo período. Baseada em fontes portuguesas e neerlandesas, visa contribuir para esclarecer três questões principais. A primeira questão versa sobre a evolução cronológica e a distribuição geográfica dos ataques neerlandeses à navegação portuguesa. Com base num levantamento tão exaustivo quanto possível de navios lusos perdidos em conseq... Mehr ...

Verfasser: Murteira, André Alexandre Martins
Dokumenttyp: doctoralThesis
Erscheinungsdatum: 2016
Schlagwörter: Carreira da Índia / Companhia Neerlandesa da Índia Oriental / Corso / Estado da Índia / Guerra naval / Revolução militar / Dutch East India Company / Naval warfare / Privateering / Military revolution / Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia
Sprache: Portuguese
Permalink: https://search.fid-benelux.de/Record/base-28588658
Datenquelle: BASE; Originalkatalog
Powered By: BASE
Link(s) : http://hdl.handle.net/10362/20279

Esta tese trata dos conflitos navais luso-neerlandeses na Ásia desde 1595 – data da primeira expedição bem sucedida de navios dos Países Baixos ao Oriente – a 1625, assim como do corso neerlandês contra a navegação intra-asiática e euro-asiática portuguesa no mesmo período. Baseada em fontes portuguesas e neerlandesas, visa contribuir para esclarecer três questões principais. A primeira questão versa sobre a evolução cronológica e a distribuição geográfica dos ataques neerlandeses à navegação portuguesa. Com base num levantamento tão exaustivo quanto possível de navios lusos perdidos em consequência de assalto batavo, intenta-se ir além da imprecisão “impressionista” ainda dominante nas abordagens do tema, que elude a desigualdade do impacto tanto regional como cronológico dos ataques. A partir da amostra de perdas apurada, conclui-se assim que, cronologicamente, se deu um pico das actividades neerlandesas contra os navios portugueses na primeira década do século XVII; seguiu-se uma baixa que correspondeu a uma fase de acalmia relativa geral do conflito luso-neerlandês no Oriente; sucedeu-se uma nova alta em 1620-1625. Regionalmente, houve com clareza áreas privilegiadas e, acima de todas, os Estreitos de Malaca. A segunda questão que se visa esclarecer é o peso efectivo dos neerlandeses na situação difícil dos portugueses na Ásia no primeiro quartel do século XVII, que tem sido explicada quase em exclusivo pela acção dos seus novos inimigos norte-europeus. Defende-se, por oposição, a conveniência de, corrigindo o viés dominante da historiografia, relativizar o impacto dos batavos, valorizando em alternativa o contributo negligenciado dos seus aliados asiáticos para um conjunto importante de derrotas portuguesas. A terceira questão que se tenta averiguar é a ideia de que a “asiatização” militar dos portugueses no Oriente durante o século XVI teria sido a causa das suas derrotas frente aos norte-europeus no século XVII. Sem negar a validade parcial desta posição, defende-se que, como explicação, é insuficiente, ...