A mulher Tapuya e seu cão – Notas sobre as relações entre indígenas e cachorros no Brasil holandês

A presença de um cachorro bebendo água aos pés da famosa Mulher Tapuya, tela do pintor holandês Albert Eckhout, tem sido há tempos associada ao simbolismo do primitivo, do selvagem e do inculto que o artista provavelmente desejou transmitir com a pintura, ao seguir as convenções pictóricas do século XVII. Contudo, a companhia canina desta mulher indígena, se lida em paralelo com algumas outras poucas fontes disponíveis para o mesmo período, revela-nos algumas pistas interessantes sobre a veloz difusão do cão (Canis familiaris) entre os povos indígenas na porção oriental da América do Sul, onde... Mehr ...

Verfasser: Vander Velden, Felipe
Dokumenttyp: Artikel
Erscheinungsdatum: 2019
Verlag/Hrsg.: Mondes Américains
Schlagwörter: dog / Tapuya / Dutch Brazil / human-animal relations / cachorro / Brasil holandês / relações humano-animal
Sprache: Portuguese
Permalink: https://search.fid-benelux.de/Record/base-27419125
Datenquelle: BASE; Originalkatalog
Powered By: BASE
Link(s) : http://journals.openedition.org/nuevomundo/77800

A presença de um cachorro bebendo água aos pés da famosa Mulher Tapuya, tela do pintor holandês Albert Eckhout, tem sido há tempos associada ao simbolismo do primitivo, do selvagem e do inculto que o artista provavelmente desejou transmitir com a pintura, ao seguir as convenções pictóricas do século XVII. Contudo, a companhia canina desta mulher indígena, se lida em paralelo com algumas outras poucas fontes disponíveis para o mesmo período, revela-nos algumas pistas interessantes sobre a veloz difusão do cão (Canis familiaris) entre os povos indígenas na porção oriental da América do Sul, onde o animal não existia em tempos pré-colombianos. Além disso, as imagens e os textos nos permitem especular sobre os momentos iniciais da relação entre humanos e cachorros nas terras baixas sul-americanas, indo-se, então, além da carga alegórica comumente atribuída ao animal. ; The presence of a dog drinking water at the feet of the Dutch painter Albert Echkout’s famous Tapuya Woman has long been associated with the symbolism of the primitive, savage and uncultured Indian that the artist probably wished to convey, following pictorical conventions of the seventeenth century. However, the canine companion of this indigenous woman, if handled in parallel with a few other sources available for the same period, reveals some interesting clues about the rapid diffusion of the dog (Canis familiaris) among the indigenous peoples in the eastern portion of South America, where the animal did not exist in pre-Columbian times. Moreover, the images and texts allow us to speculate on the initial moments of the relationships between humans and dogs in lowland South America, thus going beyond the pervasive allegorical tenor attributed to the animal.