Dois capítulos da tolerância e intolerância religiosas na Transilvânia ; Two chapters of religious tolerance and intolerance in Transylvania (16th and 20th centuries)
UID/HIS/04666/2013 ; Um ano antes de a Hungria medieval ficar desmoronada e tripartida em 1526 como resultado da batalha de Mohács (um “Alcáçer Quibir húngaro”) entre os Otomanos, os Habsburgos danubianos e a Transilvânia, reduto da independência nacional, as cortes decretam ainda “todo luterano deve ser extirpado no país, seja clérigo ou secular, que fique preso e queimado.” A inércia da Igreja Católica, que perde aliás seis dos seus bispos naquela simbólica batalha, traduz-se na incapacidade de fazer frente ao avance luterano, no plano espiritual. Na Transilvânia multicultural – húngara, rom... Mehr ...
Verfasser: | |
---|---|
Dokumenttyp: | conferenceObject |
Erscheinungsdatum: | 2017 |
Schlagwörter: | Reforma / Transilvânia / Tolerância / Intolerância / Sabáticos / Reformation / Transylvania / Tolerance / Intolerance / Sabbaticans |
Sprache: | Portuguese |
Permalink: | https://search.fid-benelux.de/Record/base-27255567 |
Datenquelle: | BASE; Originalkatalog |
Powered By: | BASE |
Link(s) : | http://hdl.handle.net/10362/59029 |
UID/HIS/04666/2013 ; Um ano antes de a Hungria medieval ficar desmoronada e tripartida em 1526 como resultado da batalha de Mohács (um “Alcáçer Quibir húngaro”) entre os Otomanos, os Habsburgos danubianos e a Transilvânia, reduto da independência nacional, as cortes decretam ainda “todo luterano deve ser extirpado no país, seja clérigo ou secular, que fique preso e queimado.” A inércia da Igreja Católica, que perde aliás seis dos seus bispos naquela simbólica batalha, traduz-se na incapacidade de fazer frente ao avance luterano, no plano espiritual. Na Transilvânia multicultural – húngara, romena e alemã – são os saxões que elegem primeiro o seu bispo luterano em 1553, seguidos pelos húngaros, enquanto a ortodoxia da minoria romena fica intacta dos efeitos dos movimentos da Reforma. Em 1568 nas cortes de Torda decretam-se: “Que por toda a parte se pregasse o evangelho, de acordo com o entendimento que dele se tiver, a comunidade não fique forçado a aceitar nenhum pregador pela forca, senão oiça a aquele que mais lhe agradar. Por tanto, nenhum superintendente ou outra pessoa qualquer pode fazer mal ao pregador, e nenhum fiel pode ficar caluniado pela sua fé, pois esta é dom divino.” Em uma geração presenciamos uma surpreendente mudança de atitude e de paradigma. Tal estranha tolerância numa matéria tão crispante por toda a Europa é fruto político: não há religião monolítica de favoritismo estatal tipo cuius régio eius religio, mas o poder do Estado, que deve garantir uma unidade frente a Sublime Porta e a Viena de Áustria, se sobrepõe, embora limitado, ao poder eclesiástico, pois não pode discriminar entre nenhuma das denominações. Também não prevalece um critério territorial local: em cada cidade ou vila podem coexistir varias congregações sem que os dados senhores feudais possam interferir em seus assuntos internos, e segundo o édito, é de decisão pessoal a lei que cada um abraçar. Proíbe-se criticarem e maltratarem os sacerdotes dos outros credos, por tanto este precoce pluralismo religioso – com as quatro ...