Às margens do fantástico: a imaginação dissonante do romance pós-apocalíptico belga contemporâneo ; An the margins of the fantastic: the dissonant imagination of the contemporary belgian post-apocalyptic novel

Jacqueline Harpman (1929-2012), Catherine Barreau (1965) e Antoine Wauters (1981) são três escritores com trajetórias, estilos e fortunas literárias bastante diferentes. Além de seu pertencimento à literatura belga de língua francesa, eles têm em comum o fato de terem se aventurado além das fronteiras do real, pelo menos uma vez em sua obra, sem a pretensão de serem escritores do estranho ou do fantástico. Moi qui n’ai pas connu les hommes (Jacqueline Harpman, 1995), L’Escalier (Catherine Barreau, 2016) e Moi, Marthe et les autres (Antoine Wauters, 2018) podem ser qualificados como romances pó... Mehr ...

Verfasser: Boudart, Laurence
Dokumenttyp: Artikel
Erscheinungsdatum: 2023
Verlag/Hrsg.: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS
Schlagwörter: Literatura francófona / literatura belga contemporânea / romance fantástico / ecocrítica / polifonia
Sprache: Portuguese
Permalink: https://search.fid-benelux.de/Record/base-26528271
Datenquelle: BASE; Originalkatalog
Powered By: BASE
Link(s) : http://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/7412

Jacqueline Harpman (1929-2012), Catherine Barreau (1965) e Antoine Wauters (1981) são três escritores com trajetórias, estilos e fortunas literárias bastante diferentes. Além de seu pertencimento à literatura belga de língua francesa, eles têm em comum o fato de terem se aventurado além das fronteiras do real, pelo menos uma vez em sua obra, sem a pretensão de serem escritores do estranho ou do fantástico. Moi qui n’ai pas connu les hommes (Jacqueline Harpman, 1995), L’Escalier (Catherine Barreau, 2016) e Moi, Marthe et les autres (Antoine Wauters, 2018) podem ser qualificados como romances pós-apocalípticos. Neste artigo, propõe-se analisar esses três romances com o objetivo de rastrear os traços de uma preocupação ambiental, que uma leitura de abordagem ecocrítica permite elucidar. Nos três textos estudados, observa-se o uso de uma linguagem outra, não no sentido primeiro do termo, mas no de uma polifonia entendida como o uso particular dado às diferentes vozes narrativas. De forma mais ampla, no artigo questiona-se sobre o lugar que a literatura pode ocupar em um mundo com um clima deletério e sobre o que podem nos oferecer os desvios e as liberdades tomados em relação à realidade, quando o horizonte dessa mesma realidade não oferece nada (mais) do que uma paisagem de devastação por vir e uma fuga para a frente. ; Jacqueline Harpman (1929-2012), Catherine Barreau (1965) and Antoine Wauters (1981) are three writers with very different literary trajectories, styles and fortunes. In addition to be part of Belgian French-language literature, they have in common that they have ventured beyond the boundaries of reality, at least once in their work, without claiming to be writers of strange or fantastic genres. Moi qui n'ai pas connu les hommes (Jacqueline Harpman, 1995), L'Escalier (Catherine Barreau, 2016) and Moi, Marthe et les autres (Antoine Wauters, 2018) can be described as post-apocalyptic novels. This article analyses these three novels in order to detect traces of an environmental concern, which an ...