D’une mémoire coloniale à une mémoire du colonial. La reconversion chaotique du Musée Royal de l’Afrique Centrale, ancien musée du Congo Belge

Até muito recentemente, o Museu Real da África Central, na Bélgica, uma instituição nacional outrora dedicada a propaganda colonial, continuava a fornecer uma narrativa pública da realidade congolesa e africana muito marcada pelo seu contexto colonial de criação. O estudo da sua renovação em curso — um processo que começou no início do século XXI — permite-me considerar o papel complexo da materialização oficial da memória belga do colonialismo: à vez, mas também simultaneamente, fornece e é produzido pelos quadros sociais da memória que funcionam na sociedade belga. O artigo lida com o longo... Mehr ...

Verfasser: Roger, Aurélie
Dokumenttyp: Artikel
Erscheinungsdatum: 2016
Verlag/Hrsg.: Centro de Estudos Internacionais
Schlagwörter: Royal Museum for Central Africa / social memory / Belgian colonial empire / Museu Real da África Central / Memória social / Colonialismo belga
Sprache: Französisch
Permalink: https://search.fid-benelux.de/Record/base-26513219
Datenquelle: BASE; Originalkatalog
Powered By: BASE
Link(s) : http://cea.revues.org/1207

Até muito recentemente, o Museu Real da África Central, na Bélgica, uma instituição nacional outrora dedicada a propaganda colonial, continuava a fornecer uma narrativa pública da realidade congolesa e africana muito marcada pelo seu contexto colonial de criação. O estudo da sua renovação em curso — um processo que começou no início do século XXI — permite-me considerar o papel complexo da materialização oficial da memória belga do colonialismo: à vez, mas também simultaneamente, fornece e é produzido pelos quadros sociais da memória que funcionam na sociedade belga. O artigo lida com o longo sono do museu e a sua última evolução, recolocando-o no contexto científico, política e social do actual ricochete geral da memória do passado colonial no país. A análise do processo de reforma desta instituição (incluindo uma investigação da espectacular exposição temporária denominada «Memoória do Congo. A Era Colonial», que teve lugar em 2005) salienta a emergência de um projecto político e museológico que procura criar uma memória una e fortalecida do colonialismo na Bélgica — uma memória que, na sua concepção, deve ser partilhada com o povo congolês e é vista como uma promessa de relacionamento produtivo e próximo com a antiga colonia. O artigo lida com as expressões e os limites de uma abordagem tão determinada da memória. ; Until very recently, the Royal Museum for Central Africa, in Belgium, a national institution once dedicated to colonial propaganda, provided a public narrative of the Congolese and the African reality very much tinged with by its colonial context of creation. The study of its on-going renovation — a process that began in the early 2000s — allows me to consider the complex role of this official materialisation of the Belgian memory of colonialism: by turns, but also simultaneously, it provides and is produced by the social frameworks of memory that function in the Belgian society. The article deals with the museum's long sleep and its eventual evolution, replacing it in the scientific, political, ...